Partilhado, conquistado, conhecido, reconhecido, apropriado, movimentado, familiar… tantos são os verbos que permitem “criar” território. Tantas formas de habitar o mundo que metamorfoseiam o ser. Tal como o corpo, o território é um lugar geográfico, um espaço vivido, atravessado de afetos, um lugar de jogo e de simulacro. O território é acidentado e composto por dobras. Os relevos costurados podem, em qualquer momento, escapar e alargar o espaço para além dos limites do suporte. A linha marca, mas o horizonte é vasto e anuncia um espaço sem limites. A imaginação pontua as distâncias. Livre, o caminhante avança, contorna as fendas, caminha nas cristas e evita a queda.
Não há pressa, o tempo está suspenso.
Shared, conquered, known, recognized, appropriated, moved, familiar ... so many verbs that allow us to "create" territory. So many ways of inhabiting the world that metamorphoses the being. Like the body, the territory is a geographical and a lived space, crossed by affections, a place of game and simulacrum. The territory is rugged and composed by folds. The sewn reliefs can, at any moment, escape and expand the space beyond the limits of the support. The line set a mark, but the horizon is vast and announces a boundless space. Imagination punctuates the distances. Free, the walker advances, goes around the cracks, walks on the ridges and avoids the fall.
There is no hurry, time is suspended.
Sónia Aniceto
Exposta pela primeira vez em Portugal, a TEIA é uma obra têxtil colaborativa, “in situ” e proteiforme que tem vindo a evoluir desde 2017. Concebida como uma reflexão sobre as ligações intergeracionais, trabalhada a quatro mãos, a TEIA evolui com a contribuição da minha mãe. Pensado sobretudo, a partir da necessidade de reconexão, este projeto retece o cordão, alivia o meu desenraizamento e atenua a distancia. Reatar para melhor questionar a ideia de itinerância que percorre a exposição Á partida autobiográfica, esta obra contém as bases temáticas do meu trabalho recente: o lugar e o corpo.
Exhibited for the first time in Portugal, TEIA is a collaborative, in situ and proteiform textile work that has been evolving since 2017. Conceived as a reflection on cross-generational connections, worked by four hands, TEIA evolves with my mother's contribution. Created out of a need for re-connection, this project ties the thread, eases my uprooting and mitigates the distance. Initially autobiographical, this work contains the thematic basis of my recent work: the place and the body.
Comentarios