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Espaço Exibicionista

DUST | LAURA RESTREPO

Atualizado: há 4 dias


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DUST | LAURA RESTREPO

As memórias desaparecem, os rostos se desgastam, o tempo passa e nossa existência evapora rapidamente. O fascínio e a angústia nascidos desta verdade alimentam a obra de Restrepo desde 2015. Os desenhos a carvão sobre papel apresentados ma exposição Dust de Laura Restrepo, tentam capturar a essência de diversos indivíduos num determinado fragmento de tempo. Restrepo refere-se ao carvão como um pó escuro e, paradoxalmente, pretende prolongar a existência ou presença daqueles retratados, pelo menos, na superfície do seu papel. Ao contemplar as suas obras, o observador é confrontado com um espectro de medos, traumas, negações e dúvidas constantes. No entanto, mesmo que a morte seja uma certeza, através dos seus desenhos ela celebra a vida, as memórias e a beleza incomensurável do efémero.


Formada com louvor em Artes Visuais pela Universidade de York e pela Universidade de Ottawa, Laura Restrepo abraça as qualidades técnicas do realismo e do retrato tradicional sem limitar sua própria visão. Um fundo ausente e a forte presença da linha são alguns dos seus elementos mais distintivos.


Memories fade, faces erode, time elapses, and our existence quickly evaporates. The fascination and anguish born from this truth have been nurturing Restrepo’s body of work since 2015. The charcoal drawings on paper presented in the exhibition Dust from Laura Restrepo attempt to capture the essence of diverse individuals in a particular fragment of time. Restrepo refers to the charcoal as a dark dust and, paradoxically, aims to prolong the existence or presence of those depicted, at least, on the surface of her paper. By contemplating her artworks, you will be confronted to a spectrum of fears, traumas, denials, and constant questioning. Nevertheless, even if death is a certainty, through her drawings she celebrates life, memories, and the immeasurable beauty of what is ephemeral.

Graduated with honours of Visual Arts from York University and The University of Ottawa, Laura Restrepo embraces the technical qualities of realism and traditional portraiture without limiting her own vision. An absent background as well as the strong presence of the line are some of her most distinctive artistic elements.



Laura Restrepo (1992, Colômbia)

“ Teremos nós, humanos, encontrado maneiras de dignificar as tragédias da nossa existência? Na realidade da dor e das suas fontes inevitáveis, nós inconscientemente decoramos os conceitos de nossa finitude, da nossa mágoa, do esquecimento iminente e de nossa fragilidade inegável. Nós somos pó, esta simples declaração está no coletivo humano há eras, lembrando-nos que nosso tempo é curto e incerto, que nossa vida é um suspiro, um alerta geral que os nossos cérebros frequentemente se recusam a aceitar para nós mesmos. Somente quando somos confrontados com a tristeza ou qualquer dor emocional profunda, entendemos genuinamente que palavras, poemas, músicas, desenhos, pinturas, esculturas [...] são meios insuficientes para representar e acalmar a nossa alma despedaçada. No entanto, há uma necessidade em alguns de nós de compartilhar as nossas experiências mais profundas por meio do processo de criação. Não procurando que os outros entendam, mas procurando os nossos próprios caminhos para sobreviver. Cada linha traçada nestes desenhos a carvão encerra suspiros, lágrimas, gritos, perguntas, silêncios, entorpecimento, raiva, negação, pesadelos, aprendizados, aceitação e gratidão. Eu entendi que não estava pronta para enfrentar o sofrimento, mas descobri por meio dessa primeira (e provavelmente não a última) tempestade que um pedaço de papel e um pouco de pó escuro (pó de carvão) poderiam manter minha mente "sã" por alguns minutos, algumas horas e alguns dias durante este inexorável 2024. Qual é o propósito da minha criação artística? Eu claramente não sei ainda, mas acredito que pode ser uma porta aberta para áreas da condição humana que normalmente são fechadas. Este não é o começo de uma história ou o fim de uma declaração; esta não é a representação de um conceito ou a resposta a uma pergunta; o que é apresentado aqui é um fragmento de tempo, uma porção de uma busca desconhecida, uma exploração maleável. Eu convido-vos a abraçar as belas linhas e cicatrizes deixadas na pele, a força nos olhos de estranhos familiares, os sonhos ilógicos da infância, a imperfeição do corpo e a fragilidade da mente. Eu convido-vos a fazer parte deste mundo interior aberto, seja como um espectador ou como outro peregrino.” “ Have we, humans, found ways to dignify the tragedies of our existence? In the reality of pain and its inevitable sources, have we unconsciously decorated the concepts of our finitude, of our pain, of the imminent oblivion and our undeniable fragility. We are Dust, this simple statement have been in the human collective for ages, reminding us that our time is short and uncertain, that our life is a vapour which soon passes away, a general reminder that our brains often refuses to accept for our own selves. Only when we are confronted to grief or any deep emotional pain, we genuinely understand that words, poems, songs, drawings, paintings, sculptures [...] are insufficient means to represent and soothe our shattered soul. Nevertheless, there is a need in some of us to share our deep experiences through the process of creation. Not looking for others to understand, but looking for our own selves paths to survive. Every single line traced on these charcoal drawings encloses sighs, tears, screams, questions, silences, numbness, anger, denial, nightmares, learnings, acceptation, and gratitude. I understood I was not ready to face suffering, but I discovered through this first (and probably not the last) storm that a piece of paper and some dark dust (charcoal powder) could keep my mind “saine” for a couple of minutes, a couples of hours, and a couple of days during this inexorable 2024. What is the purpose of my art creation? I clearly do not know yet, but I believe it could be a door open to areas of the human condition that are commonly closed. This is not the beginning of a story or the end of a statement; this is not the representation of a concept or the answer to a question; what you contemplate here is a fragment of time, a portion of an unknown quest, a malleable exploration. I invite you to embrace the beautiful lines and scars left on the skin, the strength in the eyes of familiar strangers, the illogical dreams of childhood, the imperfection of the body and the brokenness of the mind. I invite you to be part of this open inner world, either as a spectator or as another pilgrim.”

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